“Nós funcionamos como um site de encontros amorosos entre designers e empresas que precisam de serviços gráficos”, brinca Patrick Llewellyn, um dos fundadores do 99Designs, site que reúne designers em uma rede de trabalho colaborativo. “Sabe quando um ‘night club’ está muito cheio, tem muito barulho e você não consegue achar ninguém? Nós achamos para você.”
O 99Designs lança nesta terça-feira (27) seu site em português, segundo informou com exclusividade o executivo ao Blog Start.up. O site abriu no Brasil seu quinto escritório no mundo. Com apenas cinco anos de vida, o site já remunerou designers de 190 países em US$ 60 milhões. Composta por 245 mil designers, a rede já atendeu 220 mil clientes.
Concurso gráfico
“É um lugar para encontrar clientes. Hoje em dia, para um designer não há nenhum lugar em que se possa mostrar o trabalho. É só na base do networking”, diz Dan Strougo, que será diretor da companhia no Brasil.
Para facilitar a entrada no país, a startup adquiriu a brasileira LogoChef, uma empresa com modelo de negócio similar, cujo fundador é Strougo. A operação doméstica já nasce com 5 mil designers: 2,5 mil da rede da LogoChef mais os 3 mil que já possuía. “Até o fim do ano, vamos dobrar o número de profissionais que temos no país”, diz Llewellyn.
Na plataforma, as empresas escolhem designers para criar logotipos, capas de livros, estampas de camisetas, banners e quaisquer outros tipos de composição gráfica. Só que a seleção do profissional é transformada em uma competição. Literalmente.
Ao inserir um projeto no site, a empresa descreve qual é seu campo de atuação, o tipo de trabalho desejado e os objetivos com a peça criada. A partir daí, passa a receber propostas de designers. Durante quatro dias, a companhia avalia os trabalhos apresentados com estrelas e faz comentários. Como todas as análises são abertas, todos os participantes podem melhorar seus próprios trabalhos baseados na resposta dada a outros profissionais.
No fim dessa etapa, a empresa escolhe até seis projetos para uma segunda fase que dura até três dias. Ao final, elege uma campeã.
Pequenos reparos
Dependendo do nível de experiência requerido, o concurso é enquadrado em uma de quatro categorias: bronze, prata, ouro e platinum. O valor mínimo a ser pago na categoria bronze, mais básica, é de R$ 500. A partir daí os valores começam a subir.
Além dos concursos, há outros meios de encomendar pedidos pela plataforma: comprar logotipos prontos ou contratar diretamente um designer –40% dos projetos que começam como concurso continuam dessa forma. Há também o site para pequenos reparos gráficos, que custam US$ 15. Como se tratam de ajustes simples, a modalidade não necessita de concurso e a demanda é executada pelo primeiro profissional que aceitar a tarefa.
Nascido na Austrália, o 99Designs logo se mudou para o Vale do Silício, na Califórnia (EUA). Além dos escritórios de San Francisco e Melbourne, também há representações em Berlim, para atender à Europa, e nas Filipinas, devido à grande quantidade de designers no país asiático. Segundo Llewellyn, o Brasil passou a fazer parte desta lista pelo grande mercado e pela efervescência dos pequenos negócios, especialmente as startups, que serão o foco.
Segurança jurídica
Em julho, a rede atingiu US$ 2 milhões em remuneração aos designers –já descontada a taxa recolhida pela companhia sobre o valor pago pelos projetos gráficos.
Ao estabelecer o preço para o serviço, a empresa transfere a quantia para o 99Designs que somente a repassa quanto o trabalho for entregue. Dessa forma, não há calote nem falta de entrega. Além disso, há um controle interno para evitar infrações aos direitos autorais e existe um sistema que suspende infratores.
Fonte: http://g1.globo.com/tecnologia/